Aí você lembra de tanta coisa...
Tanta coisa que ninguém sabe, que ninguém conhece.
Fico imaginando como é fácil ser julgada quando ninguém sabe o que eu vivi , como as pessoas acham que me conhecem só por saber meu nome, e acham que sabem o que se passam no meu coração ou na minha cabeça.
Algumas pessoas até sabem minha história,
mas não sabem como foi difícil vivê - la .
Algumas outras pessoas tiram conclusões pelo que dizem por aí, mas quem precisa saber da minha vida, faz parte dela, não precisa ouvir fofocas, nem histórias que até mesmo foi outro fulano que ficou sabendo. Meus amigos eu sei quem são e tenho poucos, poucos mesmo (quase nenhum), e minha família mora dentro da minha casa, o resto são conhecidos, curiosos, pessoas que aparecem de vez enquando pra perguntar se esta tudo bem, não por preocupação e sim por curiosidade.
O que as pessoas pensam de mim, sinceramente, não me interessa... Mas eu me importo muito com o que eu penso de mim, ou até mesmo o que Deus pode pensar de mim, porque eu acredito acima de tudo que Ele está me cuidando. E se tem uma coisa que eu aprendi com minha mãe, é ser boa, perdoar, amar o próximo, cuidar das pessoas sem pedir nada em troca, ser incondicional em tudo o que faço, ser amiga quando alguém precisar de mim... E sabe aquela coisa que ela falava "coloca sua orelha de molho quando ver a do vizinho arder"?, eu aprendi que tenho que me colocar no lugar do outro, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença... Porque a gente não conhece a dor que o outro carrega. Só que ela também me dizia "ajuda os outros sem esperar nada, as pessoas nunca vão te agradecer mas Deus vai, e o que vc planta hoje, você colhe amanhã, seja bom ou ruim", é... E com o passar dos anos eu descobri que minha mãe é uma sábia ... Tanta gente passou e foi embora, tanta gente que eu acolhi, que eu não quis magoar, que eu cuidei, e olha, o que me restou foi acreditar que com tudo isso eu tenha plantado coisas boas, para colher bons frutos mais tarde.
O ser humano é falho, eu erro muito com muita gente , e muita gente erra feio comigo, talvez seja essa mania de dar valor a quem não tem. Me sacrifiquei tanto, por família, "amigos" , tentei agradar... Mas não foi suficiente, nunca será suficiente. E talvez, eu tenha ficado mais fria, calculista, arrogante, enfim , mas não foi do dia pra noite, foi diariamente, mês a mês, ano a ano... A gente vai perdendo o sentimento, vai perdendo a paciência, vai perdendo a vontade, vai perdendo a esperança de encontrar pessoas que sejam boas e te ajude a ser cada dia melhor.
Eu mudei, não sei se pra melhor, ou pra pior... Mas mudei. Nunca vou perder minha essência, minha capacidade de perdoar e amar as pessoas, nunca vou deixar de dar amor aos meus amigos e a minha família que, apesar de tudo, sempre está aqui comigo, mas eu vou deixando de me importar com muita coisa, muita gente, e vou aprendendo a cuidar mais de mim, da minha vida e da minha saúde.
E as pessoas que falam de mim, que julgam sem ao menos saber meu nome de verdade, que só pra constar, Não é Mary, pensem apenas uma coisa "Será que eu me importo? Será que eu não tenho nada mais importante pra fazer além de me importar com a opinião de alguém que sequer paga minhas contas?" acho que não né?!
Eu já tirei muita gente que amei da minha vida, e não me arrependo disso... Outras, eu nem deixei entrar.
Porque não tenho tempo pra perder com gente pequena,
o mundo é tão grande, e eu ainda tenho muito que viver, muito que conhecer...
Já vivi tanta coisa que pouco me ilude, me atrai, me engana... E nada me compra.
Se eu tiver que seguir sozinha, vou seguir, antes só do que mal acompanhada!